“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”
(Jo 13,1b)

Considerando a unidade do tríduo, é como se esses três dias constituíssem um único dia: a missa da Quinta-feira não termina, continuando com a vigília que se estende pela madrugada (em mutias comunidades) até às 15h, com a Liturgia da Paixão. Ao anoitecer da Sexta-feira da Paixão, as ruas de nossas comunidades são tomadas por grandes multidões que com velas e cantos, caminham em procissão, testemunhando o Cristo que se entrega a favor de muitos, na espera da sua gloriosa ressurreição. Da mesma forma, em sequência à liturgia das 15h da sexta-feira, na qual não houve nem saudação inicial nem final, vivemos o silêncio esperançoso do Sábado Santo, junto ao santo sepulcro. À noite, porém, celebramos a liturgia mais solene do ano litúrgico, a mãe de todas as vigílias, a Vigília Pascal no Sábado Santo, na qual a Igreja antecipa as alegrias da Páscoa, a grandiosa e soleníssima festa da Ressurreição de Jesus Cristo.
Estas celebrações constituem o cume de toda a vida cristã, pois nela revivemos os aspectos mais importantes da vida de Cristo para a humanidade: sua paixão, morte e gloriosa ressurreição.
A ideia de preparação que o termo “tríduo” sugere não encontra sentido nesse contexto, uma vez que a unidade desses dias com a Páscoa é indivisível. Logo, celebrar a Páscoa, é trazer à memória o sofrimento de Cristo em sua entrega e morte na cruz e, a partir daí, fazer ressoar a grande boa nova: Ele vive! Portanto, nesse contexto, todos os dias do tríduo são importantes, porque eles se complementam e estão de tal forma associados que perder um dia é como chegar atrasado à uma missa dominical do cotidiano.
Infelizmente, o que se percebe nos tempos atuais são pessoas que aproveitam o chamado “feriadão” para viajar e sequer se recordam da rica dimensão litúrgica celebrada e atualizada de forma tão bela e singular.
É preciso, pois, eliminar o aspecto recreativo e comercial da data, revivendo com Cristo toda sua dramática história para que entrando com Ele no sepulcro saiamos renovados para mais um ciclo anual. E não há tempo mais propício para isso que as festividades pascais.
Meu caro irmão!
ResponderExcluirComento esse, mas vale para todos. Parabéns pelo blog. Nossa, é fundamental tudo o que você escreve. Aliás muito bem escrito. Tenha certeza: você tem uma grande visão da Liturgia. Se nossas comunidades tivessem a clara ideia de que a celebração do Tríduo Pascal é uma única celebração, como seria diferente muitas delas. Também escrevi sobre o Tríduo Pascal, fazendo um apanhado histórico da Páscoa e dos elementos que a circundam. Continue assim. Que Deus te ilumine. De seu amigo e irmão, Ir. Edemilton, MS