(originalmente publicada na edição de setembro do Informativo Anunciando, com adaptações)
Na última postagem, tra

Estando a assembleia sentada, o altar começa a ser preparado para receber as oferendas. Estas, convenientemente, são apresentadas por fiéis, memória ao início do cristianismo, quando pão e vinho eram levados de casa pelos participantes da Ceia.
Após a apresentação dos dons pelo presidente da celebração, enquanto a assembleia realiza a partilha fraterna, segue o convite à oração e também a oração sobre as oferendas, até se chegar ao momento mais importante: a oração eucarística. Esta oração é composta pelo prefácio (ação de graças), memorial (narrativa da última Ceia), invocação do Espírito Santo, em prol da comunhão perfeita entre o fiel e Cristo e para que os frutos do sacrifício redentor se estendam a toda a humanidade. Constitui a oração eucarística, ainda, as intercessões, quando lembramos todas as pessoas que compõem o corpo místico de Cristo, e a doxologia final, concluindo essa grande oração e “exprimindo a glorificação de Deus em Cristo e na Igreja” (cf. Missal Cotidiano, Missal da Assembleia Cristã – Paulus).
Às palavras da oração eucarística sejam dados o devido respeito e reverência. A assembleia permaneça silenciosa, evitando se locomover pelo espaço celebrativo. O hino do Santo deve ser cantado por todos, razão pelo qual deve ter fidelidade ao texto original, o que evita exclusões. Às palavras proferidas por Jesus na última ceia, a assembleia se coloca de joelhos, dirigindo seus olhares ao altar do sacrifício. Torna a ficar em pé diante das palavras “eis o mistério da fé”. Esta oração é finalizada pela doxologia “por Cristo...”, proferida exclusivamente pelo sacerdote.
Na sequência, entra-se no Rito de Comunhão, quando todos rezam o Pai Nosso. Na liturgia, essa oração não é concluída com o amém. A oração pela paz é proferida somente pelo sacerdote, ao que a assembleia conclui com o “amém”. Havendo a saudação, esta se dá de forma breve e suave, estendida somente aos mais próximos. A invocação do Cordeiro de Deus acompanha a fração do pão. Por esse motivo, pode ser repetida quantas vezes forem necessárias, ao menos duas, concluída com as palavras “dai-nos a paz” (IGMR 83).
Chegado o momento da comunhão, algumas disposições devem ser seguidas à risca. Existem três formas de comungar: de joelhos e em pé, diretamente na boca ou na mão. Contudo, ao se comungar em pé, é necessária uma prévia reverência à Eucaristia. Quem opta pela comunhão na mão deve colocar a mão esquerda sobre a direita, formando uma espécie de trono onde a hóstia será depositada. Em seguida, com a mão direita, o comungante leva a Eucaristia até a boca, consumindo todo possível fragmento que tenha ficado na mão. Não se deve receber Jesus com os dedos em forma de pinça, da mesma forma que não é permitido comungar fora do local em que se recebeu a comunhão: ela deve ser consumida diante do ministro (ordinário ou extraordinário). A oração de contemplação e adoração seja feita em silêncio, não havendo necessidade de se ajoelhar.
Após o devido momento de ação de graças e silêncio oportuno, o presidente da celebração convida a assembleia à oração depois da comunhão, que conclui o rito da comunhão e, por conseguinte, a Liturgia Eucarística.
Créditos da imagem ilustrativa: http://www.cnbbo2.org.br/pub/news/514d1fe7735978c33275169199ef6fdc.jpg
ResponderExcluirDe conformidade com o direito canônico o certo é receber a partícula na boca, sendo exceção na mão. O que me diz disto.
ResponderExcluirEly, esta norma a respeito de como comungar consta na Introdução Geral do Missal Romano, que diz no nº 161:
ResponderExcluir“161. Se a Comunhão é dada sob a espécie do pão somente, o sacerdote mostra a cada um a hóstia um pouco elevada, dizendo: O Corpo de Cristo. Quem vai comungar responde: Amém, recebe o Sacramento, na boca ou, onde for concedido, na mão, à sua livre escolha. O comungante, assim que recebe a santa hóstia, consome-a inteiramente.”
Da mesma forma, a Instrução Redemptionis Sacramentum retoma a disposição acima citada da IGMR, em seu nº 92:
"[92.] Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento."
Citada instrução ressalva a Comunhão na mão aonde for concedida, caso do Brasil.
De fato, a forma "ordinária" é a comunhão na boca e de joelhos, mas não podemos considerar incorreta a recepção da Comunhão Eucarística em pé, observada prévia reverência. É direito do fiel escolher a forma. Porém, em lugares abertos ou onde se perceba risco de profanação, quem preside a celebração pode determinar a comunhão diretamente na boca.
Recentemente, o Papa Bento XVI tem valorizado o resgate da forma de comunhão de joelhos e na boca, o que é muito válido, já que remete a uma antiga tradição da Igreja. Contudo, alguns liturgistas afirmam que a comunhão na mão era norma anterior, até mais antiga e que vigorou até o século IX. A esse respeito, escreve São João Crisóstomo (348-407):
"Ao te aproximares [da comunhão], não vás com as palmas das mãos estendidas, nem com os dedos separados; mas faze com a mão esquerda um trono para a direita como quem deve receber um Rei e no côncavo da mão espalmada recebe o corpo de Cristo, dizendo: «Amém»"
Espero ter respondido a sua questão.
Em Cristo,
Carlos Henrique Migliorim